domingo, 17 de julho de 2011

(Cidade Sem Cor, Carmen Vervloet )

“Com seus olhos de progresso A cidade caminha Pelas minhas veias Com seu andar assassino. Percorre meu corpo Que resiste Com seu jeito menino Que teima em acreditar No homem... Em Deus... Na verde esperança Que se mistura ao cinza Da poluição... Ao negro do petróleo... Do minério... Indício de morte... Cemitério... Sinto cada pedaço de mim Arrancado do meu ser... Num triste padecer Entre lamentos e dor... A cidade está sem cor! E meus olhos vermelhos De tanto chorar!... Ruínas... Destruição... Sinto-me um corpo estranho No corpo da cidade aniquilada... Mas não perco a fé!... Não me rendo!... Acredito nesta nova geração Atenta... Ela nos libertará do caos... Disseminará o mal... E embarcará nesta nau Quase naufragada... E com a força do seu jovem coração Segurará com firmeza o timão Na perspectiva de uma vida futura Reerguerá com outros ideais E nova arquitetura, esta cidade... Com zelo... Respeito... Devoção... Enquanto resisto... Liberto meus versos... Estes, a poluição, não pode me arrancar... Liberto-os devagar!... Para que ecoem no ar Num grito de socorro Enquanto aos poucos... Morro.” (Cidade Sem Cor, Carmen Vervloet )

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